O reconhecimento do valor da voz das crianças originou-se no Artigo 12 da Convenção dos Direitos das Crianças das Nações Unidas que declara que "Os Estados Partes garantem à criança com capacidade de discernimento o direito de exprimir livremente a sua opinião sobre as questões que lhe respeitem, sendo devidamente tomadas em consideração as opiniões da criança, de acordo com a sua idade e maturidade." (ONU, 1989).

As crianças são também reconhecidas por investigadores como:

• agentes ativos com o direito de expressarem os seus pontos de vista em questões que afetem as suas vidas
• informantes competentes e confiáveis acerca da sua própria experiência, que podem contribuir com ideias com valor.

(Corsaro, 1997/2003; Hunleth, 2011; Palaiologou, 2012; Qvortrup, 1987/1991).

Vários académicos (p.e., Durr, 2005; Himmelmann, 2001; Johny, 2005; Osler & Starkey, 1998; Osler, 2000) salientam o valor de encorajar as crianças - especialmente, no contexto escolar - a explorarem, desenvolverem e exprimirem os seus valores e opiniões, ouvindo e respeitando outros pontos de vista. Envolver as crianças em processos de tomada de decisão não indica somente que estamos a reconhecer as suas competências e direitos. Também implica que lhes estamos a dar oportunidades para uma participação ativa e co-responsabilização. Em suma, estamos a empoderá-las para o seu futuro como cidadãs, através de experiências de democracia.